Um
final feliz nunca fez parte do meu sonho. Queria mesmo era um começo
inesperado – e lindo -, um meio interessante e
nenhum final. Não queria um final! Queria uma história de amor igual
a dos filmes. Conhecer o amor da minha vida enquanto assitisse um por do sol na
praia mais linda do mundo. Ou ser obrigada a passar uma semana com a pessoa que
eu mais odiasse, e depois descobrir que todo aquele ódio era amor. Receber
declarações de amor na porta de casa, na saída da escola, em todo lugar! Queria
ter uma música de fundo que toque toda vez que a gente se beijar. Queria uma
cena dessa em Paris, uma em Veneza. Aliás, queria uma viagem louca pela Europa
com o cara certo.
Queria acordar com o barulho lá de fora, e
perceber que era ele tentando me chamar a atenção no meio da madrugada. Queria
uma cena musical no meio da escola onde ele cantasse “I love
you, baby” fugindo dos seguranças, só pra
mostrar pra todo mundo que ele me ama. Queria surpresas todos os dias. Receber
flores toda semana. Queria que ele largasse tudo para encontrar comigo. Que um
sorriso meu fosse mais importante do que uma reunião de negócios. Que me
escrevesse cartas mesmo que estivesse no meio de uma guerra no Oriente Médio. Queria me
apaixonar à primeira vista, ou à segunda, ou me apaixonar por quem eu menos
esperava.
Queria que no final, não terminasse nunca. Ou
se tivesse que terminar, que fosse com um “felizes para sempre”. Mas
histórias assim só duram 90 minutos. Então, é melhor que a minha não seja nada
parecida com elas. Que seja a minha história. Ou ainda que
não seja história, que seja realidade. Porque as histôrias românticas mais
lindas não existem, são inventadas. Então que a minha seja louca e meio
torta, mas que exista, seja real. Que seja!
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