FALANDO DE PAIXÃO…


casal
    Tenho percebido ultimamente que nossas paixões por pessoas, não as materiais, elas são criadas por nós mesmos. Convivemos com uma pessoa, gostamos de detalhes que nunca seriam nem percebidos por outros, e acaba que um dia notamos que o contato com essa pessoa, seja visual, o toque, ou qualquer outra coisa, já causa uma sensação diferente.
   Passamos pra mais uma saga de testes de nós mesmos. Passamos a vigiar cada palavra dita pra essa pessoa, cada ato, cada vírgula. E então estamos mais uma vez presos numa outra vida sem querer, sem ter pedido pra isso! Odeio pensar nos amores não correspondidos. Nas ilusões que são construídas a cada segundo e que em um minuto vão por água abaixo. Não que alguém deva se sentir culpado pela decepção do outro, porque este pode realmente nem ter se mostrado aberto a um relacionamento.
   Por isso, talvez precisemos vigiar mais as nossas emoções e como elas nos influenciam, para não nos decepcionarmos e, não sendo egoísta, pra que não brinquemos com os sentimentos dos outros que podem sair feridos.
  Deixamo-nos levar por qualquer coisa que chame a nossa atenção e, quando percebemos, já estamos ligados a uma ilusão. Isso é quase esquizofrênico. É perturbador quando em certo momento, nos pegamos viajando numa ideia que não tem nenhuma base lógica, racional. É muito interessante analisar os nossos devaneios, as nossas credulidades excessivas nesse mundo cor-de-rosa que ainda não nos está acessível.
  Quando estamos nesse estado passional, passamos a dar sentido aos menores detalhes, pegamos cada parte do que vemos e ouvimos e adicionamos às nossas criações. Quase tudo que acontece parece se encaixar tão perfeitamente no nosso mundo imaginário. Tudo parece tão bem, que é triste ter que fazê-lo desaparecer, ou existir, quem sabe? Mas dar o ponto que faz a interseção do mundo real com o imaginário é sempre muito doloroso antes de se fazer, e depois é uma sensação extremamente aliviadora. Porém, unida ao efeito do resultado desse ponto que colocamos na nossa vida! É de fundamental importância o momento e contexto em que esse ponto é dado, porque este pode gerar uma série de sentimentos que vão  influenciar cada vez mais no dia-a-dia e na forma como lidamos com os outros.
  A batalha contra minha própria mente começa novamente, preciso fazê-la parar enquanto é tempo, enquanto isso não atrapalha no cotidiano, enquanto tudo ainda está aparentemente bem. É preciso olhar pra frente, e deixar que as coisas que vão interceptar meu caminho venham na sua hora. Nada deve ser adiantado ou atrasado. Devemos viver o tempo que é devido, o que é cabível, o que é REAL.
  Os sentimentos não são destrutíveis, nada vai acontecer na hora que você quer, tudo pode ser amenizado, incorporado à realidade sem interferências. Mas certamente, se puder viver pensando no que é real, estará sempre pisando em campo seguro.